beco do (r)ato

acordei tonta. a cabeça doía junto com meus olhos semicerrados. a memória falha lembrava apenas de marcos inconclusos da noite anterior – olhos abertos e inundados em um diálogo longo, fluído e doloroso. palavras dispostas de modo à perfurar, demarcar um lugar-chave comum em minha jornada. nada, nada de inteiramente novo, o que tornava aquilo tudo em tropeço, reincidência, lugar comum. 

 – não chora. disse, de repente, um sujeito de carnaval encostando as mãos no meu rosto. e desapareceu na multidão inesperadamente. se perdeu em meios aos outros montes que compunham a arquitetura daquele beco estreito enquanto entornavam pés destilados pelo chão. 

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